O impasse gerado no concurso para a construção do edifício Biocant IV levou a administração do Biocant Park a reavaliar a estratégia de investimento e à consequente reprogramação da candidatura, dotando o parque de um maior número de plataformas tecnológicas para dar resposta aos atuais desafios tecnológicos e de mercado, contribuindo assim para a criação de valor económico e para impulsionar o desenvolvimento regional e local.
A 15 de março de 2019, o Biocant Park submeteu uma candidatura ao abrigo do programa CENTRO2020 – “Infraestruturas Tecnológicas (IT) da Região Centro (Centros Tecnológicos, Centros de Valorização e Transferência de Tecnologia e Parques de Ciência e Tecnologia)”, comportando dois tipos de investimento, que incluía não só a construção de um novo edifício, mas também a expansão da Unidade de Biotecnologia Industrial e outras plataformas de investigação e desenvolvimento (I&D).
Inicialmente, a opção recaiu na construção de um novo edifício, designado Biocant IV (que seria efetivamente o quinto sob gestão da Biocant Park SA e o sexto se se considerar o edifício UC Biotech, da Universidade de Coimbra). O financiamento deste projeto só viria a ser aprovado em 2 de outubro de 2020, já em pleno período da pandemia de Covid-19 que estava a assolar país e o mundo, o que veio alterar apreciavelmente as condições para a efetivação dos investimentos, particularmente o da construção do Biocant IV, cujo concurso só foi possível formalizar em 22 de dezembro de 2021. De facto, a situação pandémica que se viveu nesse ano criou imensos constrangimentos na concretização do processo, constrangimentos esses que se acentuaram ainda mais com a escassez e aumento do preço das matérias-primas e a consequente subida dos custos com a aquisição de bens e equipamentos ou ainda a grave instabilidade que todos os sectores de atividade tiveram de enfrentar. Acresce que o processo de contratação pública veio a arrastar-se, em função de reclamações dos concorrentes, o que gerou um impasse de difícil resolução, ao ponto de colocar em risco a conclusão da obra dentro do prazo previsto para o encerramento do quadro comunitário de apoio.
Face ao tempo decorrido, estando já numa fase de transição entre quadros comunitários (PT2020 versus PT2030) e perante as dificuldades sentidas na adjudicação da empreitada, o Biocant Park viu-se confrontado com a possibilidade de não conseguir garantir a integral execução material e financeira da construção do Biocant IV dentro do prazo contratualmente acordado, com todas as consequências daí decorrentes.
O impasse gerado com o concurso para construção do edifício Biocant IV levou o parque a reavaliar a estratégia de investimento subjacente à candidatura, o que se fez recuperando a aposta na expansão da Unidade de Biotecnologia Industrial e outras plataformas de I&D, opção que de resto esteve para ser implementada no início de todo o processo, em detrimento da construção do novo edifício. A reprogramação da candidatura concretizou-se à luz dessa estratégia.
Assim, a reprogramação foi feita de modo a dotar o ecossistema do Biocant Park de mais plataformas tecnológicas para dar resposta aos atuais desafios tecnológicos e de mercado, nomeadamente na atualização de alguns equipamentos existentes e na instalação de dispositivos tecnológicos de nova geração para assim manter uma oferta de serviços diferenciadora para as empresas instaladas ou a instalar no parque. Para tal, foi proposto à entidade gestora do CENTRO2020 um aditamento ao projeto com os contornos antes enunciados, aditamento esse que foi aprovado pela Comissão Diretiva da Autoridade de Gestão do Programa Operacional Regional do Centro.
O investimento foi canalizado para o reforço da capacidade de resposta das diversas valências do parque, nomeadamente a já referida expansão da Unidade de Biotecnologia Industrial e a criação de uma Unidade de Biocatálise, esta fundamental para o desenvolvimento de processos mais limpos (química verde), em linha com os objetivos de transição para uma economia verde e sustentável. A qualificação dos processos de processamento (downstream processing) e de purificação e o reforço da Unidade Analítica e da Unidade de Biotecnologia Celular são mais alguns exemplos das áreas de investimento que fazem parte da reprogramação, o que representa uma muito importante mais-valia no posicionamento do Biocant Park e da Região Centro enquanto destino atrativo para as empresas do setor da biotecnologia e setores correlacionados.
Todas as novas plataformas tecnológicas estarão em pleno funcionamento a partir do próximo dia 15 de dezembro. O montante global do investimento resultante desta reprogramação, executado na sua totalidade, é de 4.902.670,96 euros, o que corresponde a uma comparticipação FEDER de 65% (3.186.736,13 euros) e 35% (1.715.934,83 euros) de financiamento privado.